(Por:
Daniela Uejo)Que ser mãe é lindo e doloroso
ao mesmo tempo... Lindo porque o sorriso
e o abraço deles nos acalmam sempre... A simplicidade com que resolvem nossos
problemas é muito fofa. O carinho que recebemos quando estamos doentes e
precisamos deles, é algo imprescindível. É lindo porque eles mudam completamente
o nosso mundo. Porque nos tornam pessoas melhores.
É lindo porque a
brincadeira acalma nossa alma. Naquele momento é como se todos os problemas
fossem pequenos e o mais importante é recarregar minha arminha de jato de água.
Rs. É lindo porque ao dar tudo de nós, imaginamos que eles serão as melhores
pessoas do mundo e não precisam ter nossos defeitos. Só precisam ter a soma das
nossas qualidades...(Obviamente nos enganamos, pois são o nosso espelho por um tempo,
depois moldam seu próprio caráter). É lindo criar um mundo diferente para eles.
É doloroso ter que deixá-lo para trabalhar ou querer sair do
mundo corporativo por ele, e saber que qualquer dessas decisões poderá causar
arrependimento. Se ficarmos em casa poderemos não ter meios suficientes de lhes
custear a educação necessária para uma vida digna nesse país. Se trabalhamos e
temos que deixá-lo com alguém, ou colocá-lo em uma creche ou escola, sua
educação primordial será dada por outras pessoas, que podem ter convicções bem
diferentes das nossas...
É doloroso ter que repreender
e educá-los principalmente nos finais de semana, quando deveríamos somente dar-lhes
carinho, brincar e nos divertirmos com eles. Mas ser pai e mãe é além, se não
educamos agora, lá na frente o arrependimento virá.
Há também a dor de ter
cuidados excessivos e ser taxada de louca por pensar que alguém possa lhes
fazer mal, isso às vezes requer passar por cima de muita coisa e aprender a não
confiar plenamente em mais ninguém. A sensação de impotência no sentido da
proteção materna é como dilacerar o corpo e alma por completo.
É doloroso arrancar
nossas asas, nossa liberdade, para dar lhes. Impedimo-nos de tantas e tantas
coisas por eles. Abdicamo-nos de sonhos e objetivos por eles. É quase
incompreensível essa superproteção que nos invade. Só quem é mãe compreende que
para cada dor, há centenas de motivos para nos alegrar. Somente porque existem.
Somente porque doam suas inseguranças e medos para que resolvamos, seja
acendendo a luz, seja segurando suas mãozinhas, seja colocando uma capa de
super-heroínas, seja pensando neles a todo tempo, seja orando de joelhos por
suas vidas.