O Brasil e a gastronomia oriental
Brasileiros tentam desvendar
os segredos da culinária
A
Culinária Japonesa vem ganhando espaço no menu de cardápios em restaurantes
Brasileiros. Porque esta cultura se infiltrou em nosso país e teve um índice
alto de aceitação?
Para
explicar devemos partir do princípio de
que a grande mudança aconteceu na década de 60 com
o desenvolvimento da economia japonesa. A culinária estrangeira passou a ser
apreciada. Do Ocidente, vieram os frios, carnes e bacon.
Na mente da maioria dos ocidentais quando se fala em culinária
oriental a primeira coisa que aparece na mente é sushi. Sem dúvida, ele é um
dos alimentos preferidos da culinária nipo. No entanto é apenas um dos pratos que
se fazem presente na alimentação japonesa.
A Culinária Japonesa é repleta de segredos, entre eles está o de
enfeitar cada prato de forma única, frutas, legumes, grãos e algas, dão cor a
essa variedade de encher os olhos.
Mas esse não é o único motivo que tem atraído os brasileiros. A longevidade e a boa forma da maioria dos japoneses ainda causam espanto.
O oposto do Brasil, onde a taxa
obesidade chega a 43%, e dos Estados Unidos, onde os gordinhos representam 60% da
população, os japoneses com excesso de peso não chegam a 5% da população.
Além disso, outros
segredos permeiam esta descoberta. Chocolate, farinha de trigo e carnes vermelhas
ainda são itens raros no cotidiano no país, apesar da crescente ocidentalização
das refeições japonesas.
Roberto Sadanory,
56 anos, que passou seis meses morando no Japão revela as principais diferenças
entre Brasil e Japão “se eu fosse descrever as principais diferenças nesta
questão, diria em primeiro lugar que os japoneses não gostam muito de frituras,
adoram o cru mesmo, faz parte da cultura. Segundo, que sem dúvidas a
alimentação deles é muito mais saudável que a brasileira, repleta de
condimentos que fazem aumentar a pressão e também trazem outros malefícios”,
diz.
“A
população se importa mais com alimentos integrais, o consumo de proteína animal
é muito baixo, principalmente à carne vermelha, o consumo de leite e derivados
também não são muito o forte dos japoneses”, é o que diz Katiene Tiemi
estudante de fisioterapia e descendente
dos orientais. “ Ela também revela que
seu prato principal é o Furikakê, “ eu adoro, é um tempero japonês em flocos para comer em cima do
arroz branco, para mim a venda de comida japonesa é como mesclar as culturas,
uma dentro da outra, pois aqui nunca vendem com os verdadeiros temperos, não
sabem os maiores segredos” termina sorrindo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE (dados de 2010) a expectativa de vida do Brasileiro está
ultrapassando 72 anos, enquanto que no Japão a expectativa de vida chega a 83
anos.
Segundo o Conselho
Federal de Nutricionistas, os orientais costumam seguir uma dieta rica em
fibras e com baixo teor de gordura. Assim como a carne não falta à mesa
brasileira, na refeição japonesa o que não pode faltar é o peixe. “O ômega-3,
presente na famosa sardinha, no salmão e no atum é capaz de proteger o corpo do
envelhecimento precoce e também estimula a saúde do cérebro” é o que diz a
nutricionista Marta Lim.
“A culinária é uma porta para entender a
cultura de um país. Nesse caso, não é necessário saber nenhuma língua, basta
ter língua”, diz o bem-humorado antropólogo Naomichi Ishige, do Museu Nacional
de Etnologia de Osaka, que visitou o Brasil.
By: Daniela Araújo