segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Quando o meu eu lírico fala...

Fonte: Google


Por Daniela Uejo


Passei  anos da minha vida acumulando experiências, escolhendo as melhores palavras, entendendo o máximo possível  da bíblia, tentando fazer com que as pessoas pudessem enxergar um mundo melhor, um mundo possível, cheio de bons sentimentos e de hábitos saudáveis para o intelecto e para a alma principalmente...

Desde os meus 10 anos de idade sempre fui bem prematura, talvez o fato de ter nascido de 7 meses tenha afetado um pouco a minha vida, me trazendo mais ansiosidade do que o normal para uma pré- adolescente...  Eu sempre fui amante da leitura, de tudo, principalmente de livros. Aos 10 anos tinha a meta de ler mais de 10 livros por ano. Era uma meta muito ingênua para um adulto, mas era pertinente e saudável  para mim e na verdade, era o suficiente para me sentir feliz.

Nunca pensei como os demais,  estava à frente sempre, isso era por vezes bom, por vezes ruim... Minha mãe, embora tenha tido uma vida bem difícil, formou em mim uma garra, aquela necessária pra gente correr atrás dos nossos sonhos, não importando quão difíceis fossem.

Eu fui crescendo muito pouco fisicamente, amadurecendo bastante, não o quanto queria, pois sempre quis mais, muito mais do que o que me era apresentado, a curiosidade sempre me perseguiu, um ponto positivo para ter me tornado uma jornalista... Amo de paixão a minha profissão, apesar de não ter atingido meu êxtase como profissional.

 Sempre quis saber de tudo, todos os assuntos dos cadernos dos jornais e das revistas, exceto placares de jogos... Mas a vida logo veio me presentear com um atleta para me inteirar de tudo nesse universo...

Nesse novo estágio da minha vida, gestante de pouco mais de um mês, as excentricidades da vida vieram me visitar, e eu pude refletir em algumas coisas.  Será necessário repassar todo conhecimento adquirido até aqui? Ou eu vou querer que ele ou ela saiba apenas o necessário e tenha suas próprias experiências positivas de vida?

Se por um lado o conhecimento nos traz segurança, ao falar, ao agir, ao pensar e refletir. Por outro nos entristece... Vejamos alguns pontos :  durante a minha jornada por leituras, li quase todos do autor Augusto Cury, um grande nome da psiquiatria e da  psicoterapia, com ele aprendi que ao obtermos o mínimo de conhecimento em psicologia, não precisamos de muito para descobrir as mentiras que as pessoas proferem impensadamente, e juram que jamais serão descobertas. Nesse caso eu sempre prefiro fingir que não sei de nada, ou mesmo que aquilo não me afeta, porém quem já foi vítima desse monstro que é a mentira sabe que ela é aterrorizante e sempre vem de quem a gente mais ama.

Quando temos o mínimo de conhecimento de economia aprendemos a poupar, e junto a isso descobrimos o quanto somos roubados pelo governo, o quanto as pessoas são cegas pelo materialismo e em meio a isso vão perdendo valores... Descobrimos também o quanto pessoas ingênuas são passadas para trás por alguns produtos bancários, a exemplo da capitalização.

Quando sabemos o mínimo da nossa língua portuguesa, é inevitável começarmos a ter um ligeiro pré conceito sobre as pessoas... Mas depois a gente cai em si e percebe que nem todo mundo teve o privilégio de ser agraciado com oportunidades, como a de se graduar na  faculdade ou curso dos sonhos, ou mesmo saber os reais motivos de dominar bem a sua língua mãe, vale lembrar que é a mais difícil de se aprender e dominar...

Quando sabemos o básico de arte, contemplamos a beleza das cores, da cultura e dos povos... Mas muitas vezes somos taxados de fresquinhos por ter um gosto alheio aos demais...

Quando gostamos muito de filosofia, dizem que isso afeta o nosso lado cristão, visto que a maioria dos filósofos são ateus, mas partilhar da mesma ideia, não quer dizer que partilho da mesma mente. Posso conseguir chegar aquele ponto de vista tendo Deus do meu lado, por que não, se a própria ciência comprova a existência do meu Pai Celeste?

Quando gostamos muito de sociologia tornamo-nos defensores das minoras e mais uma vez somos criticados. “por que você dá partido a uma causa que não é sua sendo que não é advogada”? Poxa, às vezes é parte de nosso caráter querer sempre ajudar ...

Quando conhecemos a Constituição Federal, aquela chamada Carta Magna, ficamos indignados e perplexos com a falta de ética de quem vive a lhe mencionar e não pratica nem o mínimo do que está lá...

Eu poderia ficar aqui dias e dias a descrever as vantagens e desvantagens de saber, ou pelo menos querer saber muito das coisas... Como diz o filósofo Sócrates, “ Só sei que nada sei”, é a única certeza que podemos ter mesmo, por mais conhecimento que busquemos, jamais será o suficiente, e teremos ainda mais sede, é algo insaciável. Mas vale ressaltar que quanto mais conhecimento, mais críticas, mais desgosto, mais tristeza. A grande questão é, sua psique saberá lidar com  os holofotes depois com as mentiras estampadas nos jornais? Esse, muitas vezes é o fim injusto de quem busca o conhecimento, ser vítima de mentiras... E é na verdade um círculo vicioso...

Mas... vamos lá, embora eu tenha a ciência de tudo isso, estou disposta a pagar o preço, afinal, conhecimento nunca é demais e é um bem que ninguém pode nos roubar...